sexta-feira, 14 de março de 2008

Quem sabe?

A certeza de ter a razão somada à vontade de querer impor uma determinada idéia, crença ou filosofia às outras pessoas serviu de combustível para inúmeros conflitos, de grandes ou pequenas proporções.


A intolerância nunca gerou nada que não fosse violência. A inquisição, as “Guerras Santas”, os atos de terrorismo, a homofobia e xenofobia, o racismo, são filhas da intolerância e da idéia de uma opinião, ideal, modo de vida ou crença podem prevalecer sobre as outras, ainda que para isso seja necessário o uso da violência.


Se na antiguidade tal quadro já era grave, quem dirá nos tempos atuais de globalização, em que as distâncias foram sensivelmente reduzidas e as diferenças ainda mais acentuadas. Se antigamente o “estranho” e “exótico” só podia ser encontrado após a travessia de mares e desertos, hoje ele mora na casa ao lado e freqüenta o mesmo supermercado, praça ou cinema.


O resultado todos nós conhecemos: violência, medo, preconceito e humilhações, que afetam, principalmente, os grupos minoritários e mais fracos.


Enquanto não abrirmos mão de nossa arrogância, dispusermos-nos ao diálogo, à compreensão e o respeito pelos modos de vida/crenças diversos dos nossos, enquanto nosso foco for mais as divergências e menos os pontos em comum, tal quadro irá se agravar e logo nos veremos imersos em um turbilhão de violência e intolerância.


Precisamos, acima de tudo, aprender a relativizar alguns pontos de vista, reconhecermos que não necessariamente somos donos da verdade e, principalmente, respeitarmos aqueles que vivem e pensam diferente de nós.


O diálogo e o respeito são armas muito mais eficazes contra a intolerância e violência do que qualquer bomba ou metralhadora.


Muito melhor do que suprimir a diferença é aprender com ela.


E quem sabe o convívio em harmonia não pode ser a grande contribuição do Brasil para as nações nesse século XXI?

Um comentário:

Lívia disse...

Aliás... considerando toda sua trajetória ao longo da história, o Brasil seria o cenário ideal para essa "harmonia".

Considerando friamente, penso que a idéia de "harmonia" não é possível no mundo em geral, já que, querendo ou não, algumas culturas SEMPRE vão divergir em alguns pontos.

Penso numa forma de convivência, algo mais relacionado a tolerância do que ao respeito propriamente dito...

=)